terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Ainda na piscina

Há alegrias que ainda me posso permitir desejar.

A ideia de que posso estar liberta de obrigações desnecessárias, hábitos tóxicos, pessoas que ocupam espaço.

A ideia de que existem por aí pessoas que vale a pena conhecer, que nos fazem rir, que não julgam, que têm curiosidade sobre mim. Que nos suscitam perguntas e interesse.

Acordar com vontade, e ter um dia que se concretiza ao invés de acontecer.

Usar as mãos. Sentir o corpo. Olhar com olhos frescos e espantados. Sem cinismo.

E ao mesmo tempo abdicar de ter razão e preferir ser feliz. Calar quando falar não acrescenta. Escolher renunciar a ressentimentos e outras mágoas. Procurar aqueles bocadinhos de felicidade que estão fora de nós e que nos completam. Seja porque podemos passar o tempo sem culpa, pegar no carro e arrancar estrada fora, procurar a réstia de sol que ilumina o quintal.

Se procurar na minha cronologia pessoal, um tempo assim nunca aconteceu. Planeou-se, antecipou-se, desejou-se, mas ainda não aconteceu. 

Já vou. A água está boa?

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